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quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Apesar de ser crime, Justiça libera briga de galo em MT

Estado é o único no Brasil a ter a rinha liberada como sendo uma "atividade cultural"

Após a Polícia Federal "estourar", na quinta-feira (9). uma rinha de galo no bairro Jardim Comodoro, próximo à Avenida Fernando Corrêa, na região do Coxipó,  ontem (10), no começo da noite, agentes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama) e da PF estiveram no local e realizaram novo flagrante, apreendendo mais de 150 aves.

A presença do Ibama foi para averiguar a situação em que os animais se encontram, que são, aparentemente, péssimas. De acordo com o delegado da Polícia Federal, Rodrigo Bartolomei, ao chegar novamente ao local nesta sexta-feira, eles encontraram um galo abandonado e agonizando, em um matagal.

Além disso, a PF encontrou ao menos cinco outros animais mortos ao lado da casa onde funciona a rinha. No total, são 200 galos, que, desde quinta-feira, estavam sob a responsabilidade do presidente da Sociedade Avícola Nova Geração, Wilson Bento.

Apesar dos dois flagrantes - sendo que no primeiro cerca de 150 pessoas foram notificadas - a rinha deve continuar com suas atividades, já que possui autorização através de uma liminar concedida pela Justiça. Além disso, nem o Ibama e nem a PF têm estrutura para manter os animais, que continuam na casa onde ocorrem as as brigas.

Crime ambiental

No Brasil, a rinha é enquadrada como crime ambiental e, apesar disso, Mato Grosso é o único Estado a permitir a briga de galos. De acordo com o entendimento do Tribunal de Justiça, que concedeu liminar em 2008, a briga das aves é "uma manifestação cultural".

Devido à liberação ser a única do país, nesta semana, por sinal, a rinha no Coxipó sediava um "Campeonato Nacional".

Segundo um morador da região que não quis ser identificado, o local da rinha sempre fica "lotado" de carros no dia das brigas. De acordo com ele, a rinha deve funcionar há pelo menos 30 anos.

Apesar dos flagrantes, segundo alguns presentes que aguardavam a PF e o Ibama irem embora, as rinhas devem continuar normalmente.